Visualização de dados: Imagens Mentais. A Neurociência como aliada das artes

    A Neurociência pode contribuir fundamentalmente na análise de processos artísticos, pois, além dos propósitos de tratamento de demências neurológicas, ou patologias do sistema nervoso, ela pode se aliar ao campo das artes para propor conhecimentos a respeito da neurofisiologia de nossa cognição. Além de entendermos a química, a estrutura e a função cerebral, a neurociência pode se tornar um vasto campo a ser aplicado para compreendermos não somente as propriedades e estruturas cerebrais, mas também como nossas sensações e percepções do mundo geram experiências, memórias, afetos, comportamentos, aprendizados, e projeções futuras ou seja, imagens mentais que interagem subjetiva e coletivamente com nossa cultura e constroem projeções conceituais, ampliam a comunicabilidade e interferem na  construção/alteração da realidade. O uso criativo de linguagens se torna a ferramenta sígnica de diferentes formas de arte. Claro que os fatos da realidade são sentidos e raciocinados para se transformarem em decisões, à partir de imagens. Decisões estéticas partem tanto de conhecimentos prévios e imagens perceptuais evocadas, quanto de potencialidades expressivas que são imaginadas fora de padrões estabelecidos, ou seja, formas criativas de lidar com o real. 
Evoluímos pelo uso criativo dos recursos mentais, ao produzirmos novos sentidos para o já estabelecido, quando criticamos as determinações, quando avaliamos nossas atitudes e consequências, enfim, quando atuamos. A arte pode ser considerada como o grande estímulo à criatividade humana, para intensificar o repensar cognitivo de nossas consciências e também, alimentar de imagens o nosso inconsciente e o meio em que vivemos. As imagens mentais resultam de diferentes interações entre diferentes contextos, épocas, indivíduos, objetos, etc... Essas interações são mapeadas em padrões mentais que permitem comportamentos e ações, capacitando nosso organismo a sobreviver e interagir. Imagens mentais são mais que internalizações de nossas percepções sobre o mundo, mas são nossas ideias, nossas motivações, nossos sonhos, nossos desejos, nossa subjetividade, nossa organicidade, nossa coletividade, nossas complexidades.
Os mapeamentos mentais podem contribuir para que o artista entenda que seu processo criativo possui uma instância não oriunda de uma inspiração divina, celestial, ou aurática, mas apregoada por uma elaboração projectual que tem suporte em processos cognitivos que precisam ser visualizados tanto na mente do artista, quanto na mente do espectador da obra artística.

                                                                                            Cristiane Candido


Comentários

  1. ótimo post mas não vi visualização de dados nele. Visualização de dados tem que ter algo visual, um gráfico, uma imagem, algo que represente um dado.

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