Dança e Tecnologia: Um encontro de corpos reais e virtuais

 Bailarino Fredrik Rydman em performance "Våroffer"

Recursos tecnológicos estão cada vez mais sendo aplicados à dança, expandindo os limites da arte e de como interagimos com ela. Em 2018, o bailarino Fredrik Rydman apresentou sua performance "Våroffer", no Teatro Municipal de Estocolmo, na Suécia, utilizando um robô industrial para além do auxílio na obra, mas como parte da performance. 
No caso da dança, a inserção de aparatos tecnológicos além de tornar possível a execução de determinadas movimentos, tem contribuído efetivamente para a consolidação de novas propostas artísticas e formação de plateias. Ao combinar dispositivos, como câmeras, drones, sensores, aptos a captar ângulos antes impossíveis de serem alcançados, o universo da dança tem sido capaz de proporcionar experiências cada vez mais impressionantes. Um desafio capaz de estimular não só a capacidade criativa de coreógrafos e performers, como também os olhares do público.

"This performance in Stockholm is for 2 dancers: 1 human and 1 robot."
"Esta performance em Estocolmo por 2 dançarinos: 1 humano e 1 robô."


“Robôs e inteligência artificial fazem parte de nossas vidas. É muito interessante saber como vamos lidar com isso. Como vamos viver nossas vidas com robôs no futuro."  (RYDMAN, Fredrik)

O coreógrafo sueco promoveu a dança moderna por meio de sua companhia Bounce Streetdance, juntamente o robô industrial de dois metros de altura e 900 kg. O robô IRB 6620 da ABB, com o qual ele contracenou, é normalmente encontrado em instalações industriais, como fábricas automotivas e atualmente é um dos maiores robôs industriais da ABB. 
Diante essa nova geração de tecnologias de automação e inteligência artificial, hoje, é possível que haja maior trabalha colaborativo e próximo entre homem e máquina. Rydman e uma pequena equipe de engenheiros da ABB trabalharam juntos para programar o IRB 6620 para o espetáculo, por meio do sistema conhecido como “lead through programming”, no qual as pessoas guiam os robôs manualmente na amplitude de movimento necessário.

O dueto inovador de Fredrik Rydman, ao som de uma trilha sonora original, é um reflexo singular do papel em constante mudança dos robôs, da tecnologia de automação e da inteligência artificial na sociedade. O desempenho e como o público recebeu essa interação, aplaudindo de pé e fazendo críticas positivas à experiência, demonstram um futuro próximo que propõe a afinidade entre tecnologia artificial e sociedade, sobretudo nas artes. 





[Érika Mendes]

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