Quando os Games flertam com a Arte


Esta postagem pretende refletir a respeito da discussão se games são arte. A princípio eu gostaria de já fazer uma distinção aqui, o que considero como "games" são os jogos eletrônicos com suporte a mídia vídeo, essa nova forma de entretenimento que se tornou em poucas décadas uma cultura mundial, consolidando um mercado financeiramente arrebatador. Os demais jogos continuam tendo seu valor de jogos assim como o conceito de jogo ainda se mantém em consenso quanto ao seu caráter formador da cultura e portanto podendo ser apropriado como elemento para  obras de arte. Sem interesse em responder esses dilemas teoricos mais profundos já adianto que os games podem sim vir a se apresentar enquanto arte, mas não em via de regra, pois estes surgem num contexto de consolidação da cultura pop e do capitalismo globalizado muito bem definidos enquanto produtos da industria de eletrônicos.
Contudo, com o avanço da tecnologia e ampliação do acesso vemos alguns títulos que borram estes entendimentos. Separei alguns poucos exemplos para servir de inspiração para pesquisas futuras para aquelxs que leem este texto.

The Stanley's Parable:


Este jogo excêntrico é uma experiência única se tratando de games, um exemplo de ênfase no conteúdo artístico em torno do game design.

Detroit - Become Humam


Acompanhamos atualmente um novo fenômeno nos games, a inserção de avatares de atores reais e suas atuações para dar vida as narrativas destes.  Um elemento que, ao meu ver, inova e traz muito mais de conteúdo oriundo de outras áreas artísticas para criar um produto de entretenimento. Detroit é um jogo de sucesso que explora tal recurso, mas o melhor é quando o game designer decide colocar dentro de um jogo justamente a discussão sobre o que é arte, na cena abaixo, compartilhada de um canal de youtube, temos um momento muito interessante dentro do contexto da dramaturgia onde androides estão se tornando parte da sociedade, e como dito o tema da arte é diretamente abordado:




Por fim um lançamento de um Hideo Kojima , que também utiliza o trabalho de atores, e que promete discutir problemas da contemporaneidade através de suas mecânicas.

[Postado por Eros Ferreira]

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