O mundo virtual de Dolores (sétimo capítulo)

10:25, terça feira

*sons de piano, violão e ruídos sonoros*

- Acho que está ficando ótimo, mas sinto que falta algo pro jogo ficar perfeito - disse Iris, na chamada de áudio.
- Sim, acho que precisamos fazer alguns testes com gente de fora. Vou procurar pessoas voluntárias pelo campus, pra termos um feedback mais popular - fala Dolores, um pouco rouca por conta de uma leve gripe.
- Certo. Tive uma ideia para a divulgação do produto final também, acho que uma animação seria simplesmente tudo. Já pensou? Um videozinho de pelo menos 1 minuto com personagens diversas jogando pelo celular, tablet ou computador, e montando melodias simples, seria incrível, até mesmo pro público infantil seria bem atrativo.
- Nossa, sim sim, não tinha pensado nisso, Iris. Agora sua empolgação me contagiou 'hahaha', vou correr atrás de umas amigas que trabalham com essa área, são muito perfeccionistas nos detalhes, e eu amo isso, e que também fazem por preços acessíveis.
- Perfeito então, amor.
- 'Aaaaaa', amo quando você me chama assim.
- Amor, amor amor - Diz Iris, colocando a boca mais próxima do microfone.
- 'Aaaaaaaaaa' - expressa Dolores, com a cara toda vermelha.

Iris e Dolores trabalham o dia todo na produção e divulgação do game. Estavam ansiosas para que o game fosse aberto para o público, e assim sentirem o gostinho de realização. Era algo muito importante para ambas, pois a arte de criar coisas novas sempre esteve presente em suas vidas.

Dias seguintes

O game foi aberto para testes, contando com 2000 pessoas, tanto de pessoas conhecidas quanto de gente que viu os posts na internet e aceitaram fazer parte disso. Cerca de 98% do público achou o jogo maravilhoso. Era chegado o momento então de partir para os planejamentos da animação e de aumentar a quantidade de usuários. Por demandar tempo e lucro, seria um processo mais lento, porém a empolgação continuava a se alastrar pelo corpo de Dolores e de Iris.

*porta do carro se fechando*

Iris pegou Dolores na faculdade, pois decidiram dar uma pausa no trabalho, e foram em direção ao cinema. Muitas novidades estavam em cartaz, e também eram apaixonadas pelo mundo cinematográfico. Ao som de "don't call me angel" começam a cantarolar dentro do carro. Com a sinaleira no vermelho, só pensavam em fazer caras e bocas nesses pequenos segundos. Por um momento brusco, Dolores avista, em um beco não muito limpo, uma pessoa muito parecida com Zeref dormindo em uns papelões no chão. Imediatamente, preocupada com a situação, pediu para Iris encostar o carro para verificar se era mesmo seu antigo amigo. Chegando lá, confirmou que era realmente o Zeref, todo sujo e com um odor horrível, roupas rasgadas e sujas de sangue. Zeref, sem saber o que dizer ao ver Dolores, começa a chorar. Elas então decidiram o levar para casa, mas não tinham imaginado que sua própria mãe o tinha expulsado de casa ao saber que ele estava envolvido com drogas. Então, para evitar problemas, Dolores preferiu o levar para sua casa.

"Zeref não sabia o que fazer para conseguir o dinheiro todo das drogas pois faltava somente um dia, sua cabeça começava cada vez mais a doer, não fazia ideia de como iria sair disso vivo, pois sua mãe simplesmente nem procurou entender o que houve antes de o expulsar. A vida parecia que estava escorrendo de suas mãos, e ele sabia que se pedisse ajuda a Dolores provavelmente ela estaria se envolvendo, então de certa forma ele não queria que ela participasse disso"

Dolores, depois de saber o que houve, imediatamente pediu o número dos traficantes que ele estava devendo, e disse que iria resolver tudo, com Zeref querendo ou não. Iris não gostou muito da ideia, achava muito arriscado, ela se meter nisso do nada. Só que Dolores quando bota uma coisa na cabeça não tem jeito, e então liga para o número que estava salvo no celular de Zeref.

- Boa noite, sou uma amiga de Zeref, e quero pagar tudo o que ele está devendo a vocês.
- Dinheiro é sempre bem vindo, mas muita coragem a sua de ligar diretamente a mim, e covardia dele de chamar a amiguinha pra pagar as dívidas.
- Não tem covardia nenhuma, e não estou aqui para conversar com você. Mande os dados da sua conta que eu vou depositar.
- Olha como você fala viu? Não faz ideia do perigo que está se metendo. Mas gostei de você, direta e segura de si.
- Não estou aqui pra fazer amizade com você, só não quero vocês chegando perto do Zeref novamente. Você pode ter seus capangas mas tenho meus contatos também, tá me entendendo?
-  Metidinha você, 'kkkkkkk', nem parece que é amiga desse drogado do caralho, que dizia que ia vender o produto mas tava é usando. Ele não te disse isso não é mesmo? Pois é exatamente o que você ouviu. Seu amigo é só mais um drogado entre vários que começam assim, depois ficam desesperados pra arranjar dinheiro e roubam até pessoas conhecidas, se eu fosse você ficava de olho nele.
- Ele não tinha me dito isso, mas enfim, uma boa noite pra você, o dinheiro chega na sua conta até pelo menos amanhã de manhã.

chamada finalizada...

Continua...

Referência de música: https://www.youtube.com/watch?v=leopt__ATR0

[Francisco Felipe Reis Alves]
                                                                                                              
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