A ilustração como meio de expressão da mulher negra


          No dia 14 de outubro tivemos a mesa redonda sobre games, animação e etnia com a professora Tamires Lima e Zezé Itafolá, organizado pelo Grupo de Pesquisa Comunidades Virtuais da UFBA. Achei pertinente trazer temas como esses voltado a essas áreas. São áreas consideradas ainda apenas como criadores de games e animações o público masculino, inclusive muitas pessoas se espantam quando conhecem mulheres que criam jogos e animações. Também é fundamental a discussão do protagonismo da população negra nesses âmbitos.
       Zezé Ifatolá que teve como  teve como início de carreira artística o graffiti. Hoje é  produtor cultural, design gráfico, concept art, poeta, pesquisador da cultura tradicional Yorubá – isese lagba, graduando em tecnologia em Jogos Digitais e CEO das empresas ITAN Game Development e Omosholá Artes Africanizadas. Tamires Lima é professora da UFBA do curso de Design, ilustradora e escritora brasileira. É autora de um  livro que aborda a questão do cabelo crespo "Tóim, cadê você?  e o livro "Fabrincando" que ensina a fazer brinquedos populares. O foco da mesa redonda foi sobre games e animações, com o viés da representatividade das "minorias" nestes espaços. Porém me debruço aqui a tratar do campo da ilustração, que também foi um dos assuntos abordado pela professora Thamires e o que mais me chamou a atenção, pois me identifiquei tanto como artista quanto como mulher negra de cabelos crespos. A história dela, apesar de suas particularidades é a história de muitas outras mulheres que não se viam em nenhum lugar . 



Esta foi minha primeira ilustração digital com cor de pele negra, antes, desenhava no pepel croquis de moda e sempre pintava as modelos na cor de pele clara, cores estas que eram nomeados de " cor de pele". Após iniciar minha graduação, isto começou a me incomodar o fato de eu sempre pintar a pele desta cor. Foi quando aos poucos comecei a tentar encontrar materiais e aprender técnicas de pinturas de pele negra. Quando iniciei minhas ilustrações digitais, já comecei incorporando temáticas negras  e me sentia muito bem fazendo isto.

 Esta foi minha segunda arte digital com temática negra. Aos poucos e talvez inconscientemente, minhas artes eram mulheres negras e todas passavam alguma mensagem para outras mulheres negras. Foi aí que  percebi que estava expressando meu mundo na arte. As influência de conversas sobre o assunto e a percepção das coisas ao meu redor como mulher negra, me levou a trazer em minhas ilustrações mais propiedade.
  

Esta foi minha ultima ilustração e tive como inspiração minha irmã. Ela me inspirou logo após sua formatura como professora de língua inglesa e também seus textos em redes sociais sobre sua existência como mulher negra, sempre falando sobre a questão da educação e de sobre sua trajetória no âmbito acadêmico. 
  
        
                                                                                               [Tâmara Rodrigues de Oliveira]

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