O mundo virtual de Dolores (terceiro capítulo)
5 anos atrás
18:00, domingo
Chegando do cursinho, Dolores se arruma o mais rápido possível para o aniversário de seu amigo Zeref, que seria comemorado no rodízio do restaurante Pizza e delícias, da Avenida Caranguejo.
"Ele era um garoto bastante problemático por conta de sua família extremamente preconceituosa, seu pai vivia fazendo comentários completamente tóxicos, que por onde passava o ar parecia ficar angustiante. Já sua mãe era mais tranquila, apesar de concordar com determinadas atitudes de seu esposo. Zeref não se sentia incluso no imaginário de sua família, sempre procurou questionar as imposições que eram feitas, mas ainda assim não conseguia superar os traumas que eram criados a partir disso, seus comportamentos foram mudando com o tempo e acabou se tornando impulsivo e agressivo. Uma das únicas pessoas que conseguiam olhar seu lado pacífico era Dolores, sua amiga querida que amava tanto."
O ambiente parecia feliz, a família de Zeref toda reunida em uma mesa enorme com cadeiras de madeira ao seu redor, parecia cena de novela onde as pessoas jantavam em suas mansões. O restaurante era bastante conhecido em suas redondezas, até a cultura do turismo era predominante na região. Dolores não estava acostumada com tanto luxo, apesar de ter seus privilégios. A primeira rodada de pizza começou, ela escolheu uma fatia de portuguesa, tinha gostos peculiares e era uma de suas favoritas. Se sentia um pouco desconfortável por estar comendo de garfo e faca, gostava mais de comer na mão mesmo, não tinha besteiras com relação a isso, mas como estava naquele ambiente e viu todo mundo seguindo essas normas, preferiu segui-las. As rodadas foram aumentando, Dolores já estava de barriga cheia e não aguentava comer mais nenhuma, ela tinha perdido a conta de quantas pizzas passou pela sua boca. Zeref estava comendo sua ultima fatia, e quando foi direcionando-a para sua boca, um estrondo surgiu e as portas do restaurante foram abertas de maneira abusiva. Como tempestades que surgem do nada em dias ensolarados, a transição de um momento pacífico para trágico foi inusitada, e o momento de tensão se alastrava por todas pessoas que estavam presentes.
- Todo mundo no chão, com as mãos na cabeça, e sem dar um pio - disse um dos assaltantes, gritando e indo em direção ao caixa, com uma M1911 semiautomática na mão, bastava um tiro que era morte de imediato.
Com o tom de desespero se espalhando por cada ser presente e o assalto em andamento, Zeref achou que era o momento certo de agir e pulou em direção as costas do assaltante armado, tentando tomar sua arma. O assaltante conseguiu tirá-lo de suas costas e apontou sua arma, e em um segundo para disparar, Zeref só consegue observar o ato de proteção de seu pai pulando em sua frente. O sangue se espalhava por toda sua camisa social, e parecia que tudo se passava em câmera lenta. Nesse curto tempo Dolores digita desesperadamente 190 em seu celular, e a chamada estava sendo feita. O assaltante que estava tomando conta da porta avisa para abortarem o assalto e eles decidem sair. As lágrimas de Zeref pareciam soar mais volumosas que o sangue de seu pai, era então o pior dia de sua vida.
Dia seguinte
Dolores entrou em contato com a segurança do restaurante e pediu as imagens das câmeras de vigilância. Apesar dos assaltantes estarem encapuzados, uma análise poderia ser feita a partir dos movimentos que eles tinham em seus andares. Ela conseguiu utilizar um programa de reconhecimento facial e comportamental, onde através de imagens retiradas do acervo policial, poderia tentar achar uma semelhança entre os movimentos dos assaltantes, e de pessoas que passavam pela mesma rua durante meses atrás. Dolores tinha uma suspeita, pois entre as 10 pessoas encontradas, uma era conhecido de sua família. As investigações foram feitas e descobriram que realmente era verídico. Após a prisão do mesmo ser divulgada, Zeref, destruído psicologicamente, enviou uma mensagem para Dolores:
mensagem enviada, 16:56
- n quero mais olhar pra vc, eu n acredito que vc conhecia o marginal que matou meu pai, eu te odeio, te odeio muito, eu odeio meu aniversário, odeio minha vida, odeio tudo...
Depois desse trágico acontecimento, a vida de Zeref nunca mais foi a mesma, e sua relação com Dolores tinha sido interrompida da pior maneira possível.
Continua...
Referência de imagem: http://www.aster.com.br/blog/aster-instala-segunda-camera-de-vigilancia-na-vila-leopoldina/
Referência de imagem: http://www.aster.com.br/blog/aster-instala-segunda-camera-de-vigilancia-na-vila-leopoldina/
[Francisco Felipe Reis Alves]
adorando a saga!!
ResponderExcluirQue bom que está gostando!!!!!
ExcluirDolores: um exemplo de força que poderia estar na terapia até o presente momento depois desse episódio mas superou, cresceu e prosperou. Atento às atualizações nos próximos capítulos.
ResponderExcluirhahahaahahaha fada resiliente, amooo!!!!
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