Käfik
O coreógrafo Mourad Merzouki expandiu a linguagem do hip-hop entrelaçando várias e plurais linguagens, incorporando a projeção de imagens em seus processos. Para ele, através do Centro Coreográfico Nacional de Créteil, a empresa Käfig, desde 1996 desenvolve o diálogo entre esses dois mundos: o da arte e o da tecnologia. Para o coreógrafo, "encontrar o equilíbrio sutil entre as duas práticas, de modo que a dança e as representações intangíveis respondam uma à outra sem que uma assuma a outra, desestabilizem-me mais uma vez na minha maneira de apreender o gesto".
A busca pelo movimento é a motivação de todo coreógrafo, a pluralidade, a alteridade, a parceria entre linguagens, a utilização poética da tecnologia, a quebra de fronteiras territoriais com a dança fazem com que o trabalho do grupo Käfik transite do popular ao sofisticado, do local ao universal, do próprio para o social, da exclusão para a inclusão.
Ao visualizar algumas obras desse grupo, volto-me a pensar nas projeções de luz em cena, tema de uma postagem anterior. A gestualidade dos dançarinos me entusiasmou para além de seus corpos, as ênfases do coreógrafo intensificaram minha curiosidade para entender melhor esse desafio entre corpo e projeção de imagens, entre o tangível e o intangível das cenas.
O vídeo e a música habitam o corpo dos dançarinos, coexistem, repousam, se reerguem constantemente em suas performances, sintetizam um caminho e um diálogo.

A. Cristiane Candido
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