Hackear para não guerrear - Informática e novas tecnologias: a serviço de quem?


Buscando suscitar questões pessoais ligadas ao universo das tecnologias da informação, da física teórica, ciberativismo, além de casos estranhos documentados, apresentando um panorama que nos leve a pensar de forma mais ampla a influência das novas práticas na cultura digital e descobertas tecnológicas do século XX e XXI. Para dar luz a esse questionamento, busquei em pesquisas, ainda pouco difundidas de autores que conheci ao longo dos últimos anos, além de casos de repercussão mundial, que me moveram a questionar a quem servem os avanços neste seguimento e porque se torna necessário a existência de pessoas que, "remando contra a maré", desafiam estas estruturas hegemônicas e dedicam sua vida a tornarem cada vez mais acessíveis tais informações. Os hackers hoje são os grandes heróis da idade contemporânea, que assim como os personagens das mitologias, desafiam os "deuses" para manter soberano o conceito de humanidade, e  muitas vezes tal como as figuras análogas, arriscam suas próprias vidas em prol do seu ideal de mundo em verdadeiras epopeias contemporâneas.

1. "O mundo como uma cebola" - as camadas de acesso aos avanços tecnológicos    

Arthur C. Clarke - BBC Horizon 1964 (Imagens de internet)

A ciência sempre hackeou a vida. E no centro dos grandes feitos da humanidade estão grandes mulheres e homens dedicados a observar o meio e criar métodos e modelos para compreender e controlar a realidade. Têm ainda a responsabilidade por abrir os caminhos para as grandes nações e seus ideais de progresso e dominação territorial.
Sempre me impressionou a capacidade quase  profética de alguns cientistas famosos, como é o caso do Arthur C. Clarke, que dentre muitos feitos assina junto com Stanley Kubrick o roteiro de 2001: A space odysseey - uma obra referência para minha vida e trabalho artístico, que revela a capacidade interdisciplinar do autor em dialogar com linguagens artísticas como o cinema e a literatura. 



Nos séculos  XVIII e XIX os cientistas eram as grandes pessoas públicas mundias, no livro O que eu vi, o que nós veremos  de Alberto Santos Dumont, pude notar o tom fascinado do autor ao perceber as possibilidades de aprender mais no velho continente e se destacar em seu trabalho. Era um caminho para a notoriedade mundial. Já no período das guerras, não são raros os casos de cientistas co-optados pelas nações vitoriosas ,tendo seus crimes de guerra perdoados em troca do seu potencial capital científico (Bordieu, 1975).
Outro cientista, que é referência mundial  na contemporaneidade da física teórica, Michio Kaku, em seu livro A física do futuronarra diversas visitas a centros de pesquisas avançados e até mesmo projetos militares experimentais envolvendo alta tecnologia, para prestar consultorias e testar versões beta de projetos mantidos muitas vezes em segredo de estado. Enquanto nos divertimos com dispositivos cada vez mais evoluídos à palma da mão. Em outras camadas o destino da sócio-política mundial esta sendo delimitada pelos limites do potencial do conhecimento humano. E é todo este valor subjetivo agregado ao conhecimento que gerou no mundo o fenômeno da cultura hacker. Pois desde a revolução industrial, o aumento exponencial da população e consequentemente, aumento no volume da busca por informação e conhecimento, se torna mais evidente a premissa do conhecimento como transformador da realidade, onde indivíduos que detêm o conhecimento estão além dos sistemas, pois os sistemas são criados por pessoas que detêm o conhecimento. Por ter se tornado mais difundido, o conhecimento está sendo caminho, na atualidade, para as fugas e combates as opressões.

2. Sacrifício hacker - como nascem os heróis na contemporaneidade

Será cada vez mais raro a expansão das fronteiras da ciência por meio de conflitos de grandes proporções no mundo, embora  alguns cientistas influentes ainda flertem com um cenário anti humanitário como catalisador para avanços, como é o caso do climatólogo James Lovelock, expresso em seu livro Gaia: Alerta Final. A experiência nos fez modificar o design, sobretudo da guerra. A era do Big Data nos transformou. Se transformaram também os caminhos das tensões diplomáticas. Atualmente assistimos os recorrentes vazamentos de informações que apontam condutas anti éticas de grandes corporações e de Estados. No Brasil temos em nossa história recente alguns casos já icônicos como o caso Edward Snowden, e o ainda em andamento caso da Vaza Jato, do site Intercept Brasil. Onde indivíduos colocam sua vida em risco por julgarem necessário que o mundo saiba de alguma informação que se mantem às trevas por ser contrário as leis ou mesmo por ferir a soberania de outros países, e que por algum motivo chegou até elas, seja por ocuparem um cargo de acesso a informação sigilosa ou por deter o conhecimento de burlar sistemas de segurança de informação e à margem da lei, ter acesso aos rastros deixados principalmente na web.




Esse novo jogo perverso de velar e desvelar informação esta no centro da sociedade contemporânea. Na cultura digital, quase absolutamente tudo esta submetido a alguma escala de automação e já vimos veiculados pensamentos de que algumas nações teriam o poder de afetar o sistemas básicos de abastecimento das cidades de seus inimigos sem pisar no território. Um grupo de programadores, remotamente poderiam se apoderar desses sistemas afim de tornar o alvo vulnerável.  A figura do hacker está substituindo a do melee, ao menos em ideal para os próximos anos no mundo. Isso também sinaliza para o centro dos desafios que enfrentaremos nas próximas décadas.

3. Não estamos sós na luta por paz - OVNIs e armas nucleares

E claro que não posso falar de cultura digital, sem falar de teorias da conspiração. Como a internet não tem fronteiras, com exceção da barreira da língua, facilmente transposta pelas corporações e também usuários, convivemos com um volume massivo de conteúdo  sendo gerado por segundo na rede e algumas coisas acabam ganhando relevância, e portanto peso na corrente de dados, quando veiculados em outras esferas da mídia. A casuísta UFO é um tema que já nos acompanha a décadas e já rendeu histórias bastante intrigantes, geralmente respaldadas por pessoas que ocuparam cargos de confiança em governos e forças armadas. A militância de Bob Dean se destaca pela figura que representou. Militar reformado de alta patente, alega que seres de outros planetas já atuam ha séculos em nossa sociedade, hackeando nosso sistema político e militar, intervindo com maior força em treinamentos de armamentos nucleares, literalmente desarmando bombas em pleno ar.
Recentemente, Paul Hellyer, Ex-ministro da defesa canadense decide confirmar as suspeitas dos ufólogos e se torna o primeiro representande de um país do G8 a assumir a agenda alienígena na terra.

Paul Hellyer - Sophie and Co. (Imagens de internet)




[Postado por Eros Ferreira.]

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